A gente faz de tudo para preservar os filhos. Tudo mesmo. Mas e o que fazer quando as más influências surgem de uma outra criança, quase da mesma idade dos nossos filhos?
Na casa que morei anteriormente, em outra cidade, o filho da minha vizinha, um ano mais velho que Arthur, era bem educado, tranquilo e quase não abria a boca. Quase. Entretanto, quando ele ficava a sós com Arthur, eu observava (de longe), as chantagens que ele fazia com o meu pequeno: "Se você não pegar aquele brinquedo, eu vou embora", "Se você não me der esse carrinho, eu nunca mais venho aqui". Sei muito bem que coisas desses tipo seriam natural, se o guri não falasse isso olhando meio de lado, bem baixinho perto de Arthur, e se preocupando o máximo para que eu não o ouvisse.
Numa dessas, eu que já estava "esperta" com o garoto, falei: "Tudo bem, fulano! Arthur não vai te dar o brinquedo. Pode ir pra casa se quiser, não tem problema. Mas não fica falando assim com ele não, tá! Vocês são amigos e tem que brincar juntos, sem chantagens". Claro que ele nem entendeu o que era chantagem, mas com certeza ele entendeu o recado.
E não é que por aqui apareceu outro guri assim, vindo lá das bandas do sul, e age praticamente da mesma forma que o meu outro vizinho. É triste dizer isso, mas ele é uma criança dissimulada. Eu sempre achei isso horrível, mesmo antes de ter filhos. Os meus primos nunca me enganavam, eu percebia tudo que eles faziam de errado, ficava de olho e prestava atenção a todos os movimentos e todas as atitudes "suspeitas". E olhe que eu tenho muitos primos crianças ainda, das mais variadas idades: de 8 meses, 2 anos, 3, 4, 14, 17, etc. Sou "escolada" em crianças.
Pois bem, ontem à noite fomos a um aniversário. Pela tarde, quando comentei com Arthur sobre a festinha ele disse:
- Mãe, tenho um segredo pra te contar! Vou te contar no ouvido, pera!
E subiu na cadeira, e começou a falar sussurando:
- Mãe, eu e o ****, combinamos uma combinação. Nós vamos na mesa dos brigadeiros e vamos comer todos os brigadeiros, mãe. Não foi uma boa ideia que ele teve, mãe? Foi muito especial essa ideia.
E o guri esfregava uma mão na outra e fazia aquele olhar maldoso. Fiquei assustada.
Claro que conversei, expliquei que não podia, etc. E, claro, já vetei as visitas do guri, enquanto ele estiver de férias por aqui.
3 comentários:
Sem querer me intrometer mas, já me intrometendo: acho q seria bom vc falar com a mãe do guri tb.
Val. Eu também fico de olho em tudo que ocorre com ou ao redor de minha pequena Laura. Achei esta história muito desagrádavel. Mas infelizmente acontece mais do que deveria. Te confesso que uma vez me referi a uma criança com um adjetivo negativo (o qual faz por merecer) e eu fui duramente criticada sob a justificativa da ingenuidade da criança. Mas eu sei que por mais difícil que seja afirmar certas coisas, elas existem e não podem ser ignoradas. Obrigada pelo post. Agora sei que não estou sozinha nesta vigilância que é ser mãe. Bjs!
Sabia que tem gente que não acredita nisso?
Acha que todas as crianças são inocentes e incapazes de tal artimanha? Não acrdito não...
O que me pemrgunto é: Isso é influência dos pais? Tipo: eles são assim e as crianças repetem? Ou falta de educação? Porque me recuso a acreditar que seja índole, sabe? Que a criança já nasça assim...
Amo vcs..
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