Você já entrevistou seu filho?

Criança surpreende a gente. Nunca devem ser subestimadas. Por mais que você não ensine algo explicitamente, não supreenda: ela saberá! É óbvio que educamos pelo exemplo. Aqui em casa não é diferente. Vivo dizendo a Arthur que coca-cola faz mal à saúde, que não podemos beber, que podemos morrer por causa dela, etc etc. Mas eu bebo coca-cola. E toda vez que ele me vê tomando, ele repete as mesmas palavras que digo pra ele. Mesmo assim, pede um gole, e não posso negar. O maridón, que detesta a bebida, já me intimou: "nunca mais beba coca-cola, nem na minha frente nem na de Arthur". E assim estou fazendo, bebendo quando eles não estão por perto, até conseguir parar de vez (#vício).

Então, sobre essas educações implícitas, ontem o meu tio estava entrevistando Arthur. E o diálogo foi, mais ou menos, assim:

Tio: Arthur, quando as pessoas morrem para aonde elas vão?

Arthur: Pro caixão, ué!

T = E só no caixão?

A = Não, elas vão para debaixo da terra.

T = E depois?

A = Depois elas ficam lá.

T = E como elas comem? Tomam banho?

A = Elas não comem nem tomam banho, porque elas estão mortas.

T = Ih, não dá pra viver sem comer, sem tomar banho não. Elas vão morrer novamente.

A = Ah, tio. Elas já estão mortas. Quem tá morto não vive!

T = Será que elas não vão para o céu não?

A = Não. Elas ficam embaixo da terra.

T = E quem mora no céu.

A = Deus, Jesus e os Anjinhos.

T = E como são os anjinhos?

A = São brancos, com asas e com cabelos enroladinhos.

T = E tem comida no céu? E bebida?

A = É claro que não. No céu não tem geladeira nem fogão. Lá só tem maçã.

É isso aí, filhão!!! Eu não lhe ensinei, mas você sabe!