quarta-feira, 8 de julho de 2009

Cadê o Manual?

Antes de casar, sempre ouvi falarem sobre o casamento e sobre os filhos que - consequentemente - viriam. Mas ninguém, nunca, jamais, chegou perto da definição exata do que é "ser mãe". Por mais que as pessoas tentem te fazer entender o papel de uma mãe, o trabalho recompensado, o amor incondicional, ninguém vai saber descrever exatamente o que a gente vive, sente e abdica por nossos filhos.

Não adianta falar que ontem dormi às duas da manhã e levantei às quatro, com o bebê querendo brincar e que só fui dormir novamente depois das onze da noite... Não adianta falar que a criança vomitou em cima de mim, que respingou na minha boca e eu só conseguia ficar preocupada com ela. Não adianta falar que hoje o Rei fez cocô no chão, passou a vassoura e a pá em cima, pegou com a mão e lambuzou o carrinho dele e o portão, além do chão inteiro. Não, não adianta falar nada disso... Só quem vive a situação é quem a entende.

A gente passa a mão no cocô, recebe xixi no rosto [mãe de menino então...], tira meleca no nariz, limpa ouvido, apara o vômito... Tudo isso sem querer saber se o cheiro é bom ou não, se a mão vai ficar horrível... Tudo isso só pelo bem estar de uma criaturinha que não tem defesas e que é totalmente dependente de você, por mais que ela mostre o contrário.

Depois que tive um filho não sei mais o que é ver um filme inteiro de uma vez só, bater perna no shopping, dormir a noite inteira, andar de moto tranquila, fazer as refeições sem interrupções, assistir o que eu quiser na televisão, ter nojo de cocô e de vômito, não depender de mais ninguém, não ter que pedir ajuda... E ninguém vem na sua casa pedir "prestação de contas" da vida do bebê. É seu e pronto!

Depois do meu Rei, aprendi a rir das bobagens da vida, a dar valor ao mais simples, a admirar um soninho tranquilo, decorar musiquinhas e nomes de personagens infantis, correr pela sala, dançar agarradinho, um pouco de medicina, psicologia, farmácia, teatro, artes, cinema, pedagogia, aprendi a valorizar mais a minha mãe e tudo que ela fez por mim [porque se ela fez 10% do que eu faço - e eu sei que ela fez muito mais que eu - ela já fez muito], aprendi a ter medo da morte e de como ela vai chegar até a mim e até aos que amo.
Aprendi a admirar o meu marido e a maneira como ele se tornou pai. Aprendi que avô e avó são as criaturas mais bobas do planeta. Aprendi que a gente tem família e pode contar com ela. Aprendi que ser tia também é ser boba, que ser mãe é ter super poderes e vários olhos. É querer ser onipresente, onisciente e onipotente

Uma coisa é certa: quando lhe disserem que "filho dá trabalho, mas compensa", acredite! Acredite com todas as forças... É a mais pura verdade! Vai ter um dia que você sentirá vontade de sair correndo louca pela rua, tirando a roupa, puxando os cabelos [tá certo, serão alguns dias], mas é só lembrar do sorriso e da voz do seu filhote que tudo passa. Deus é o Senhor do Tempo. E você não conseguirá mais lembrar do que fazia antes de ser mãe. Acredite!

3 comentários:

thais disse...

que post lindo!
bjs

Nathalia Pádua disse...

UAU !
post lindo[2]

bjs

Cate Fernades disse...

Val!
Post lindo[3]

Olha eu aqui!