quarta-feira, 15 de julho de 2009

Limites e Lemas

Falar dos limites impostos às crianças é como falar de religião e futebol. Cada pai ou mãe tem uma opinião diferente e quem está de fora sabe sempre mais que a pessoa que está vivendo a situação. Aqueles casos de crianças que se esperneiam no chão dos shoppings, que não podem sequer entrar numa loja ou lanchonete para começar a pedir tudo. Aqueles casos famosos de birras no meio da rua, de crianças que andam bem atrás dos pais e param toda vez que os pais param. Quem nunca viu isso? E posso acrescentar uma coisa, sem medo de errar: por mais rígida e rigorosa que você seja, nunca estará livre de uma dessas situações ou de todas elas, quando tiver um filho.
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Meu filho tinha uns ataques nervosos que me levaram até a consultá-lo com uma Neuropediatra e fazer o EEG nele. Como o resultado do exame foi normal [graças a Deus], a Neuro achou por bem passar um remédio natural [Calman], à base de passiflora. E tem surtido efeito positivo. Dou uma única vez, antes de dormir. Ele acorda bem tranquilo e animado. No dia que não toma [quando esqueço], ele acorda chorando. Esse remédio não o deixa dopado, sonolento, lerdo. De forma alguma. Ele dorme no mesmo horário de sempre, às vezes até mais tarde, e acorda no horário de costume. Tem dias que nem dorme à tarde. Em relação ao sono, nada foi alterado. Acho que o efeito foi só na mente dele. Ele controla os pensamentos, o excesso de informações que absorve durante o dia, dorme bem à noite e acorda calmo, brincando e sorrindo.
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Mas, voltando aos limites, o que eu quero dizer é o seguinte: não adianta que os pais sejam excessivamente rigorosos com os filhos. Pelo menos não no meu ponto de vista. Acredito que a gente pode ceder em muitas coisas sim, pode relaxar com outras sem que a criança cresça sem regras e sem limites. Por exemplo: se você está acabando de forrar a cama e o seu filho quer subir e pular nela. Por que não deixar? Quantos minutos você perde para forrar a cama novamente? Quanta alegria seu filho vai sentir em brincar com você na cama? São pequenas coisas cotidianas que nos aproxima dos nossos filhos.
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Tenho comigo um "lema" que eu mesma inventei: "Por tudo o que o meu dinheiro pode comprar e a minha água pode lavar, não vale a pena eu me estressar". [Não era nem pra rimar, hehehe]. Com isso, não quero dizer que vou deixá-lo arranhar um carro, quebrar um vaso chique ou as coisas dentro de casa. Não é isso. Quero dizer que ele pode usar todos os brinquedos dele, mesmo que quebre, sem querer ou com mau uso.
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Ele pode quebrar os lápis de cor, os gizes de cera. Não é porque determinado objeto - no nível dele - é frágil, eu vou ficar controlando o uso, ou empatando-o de usar, com medo de quebrar. Ele também pode subir na minha cama, mesmo que eu esteja forrando. Pode subir no sofá, subir no meu colo de sandália, limpar o chão com a fraldinha dele, sentar no lençol e pedir ao pai para puxá-lo pela casa. Pode usar o kit de tinta e pincel na sala da minha casa, pode colocar os pés no travesseiro, pode - como já fez - riscar a porta do guarda-roupa da vovó com Pincel para quadro branco, pode acabar de tomar banho e rolar pelo chão ou chupar um pirulito. Afinal, a gente compra roupa pra usar mesmo. Tudo no momento dele, no momento certo. Coisas simples assim. Que uma boa quantidade de água ou uma pequena quantidade de dinheiro resolvem rapidinho.
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Conheço algumas mães cujos filhos não podem se sujar, só podem chupar um pirulito pouco antes do banho. Picolé na rua, nem se fala... Se as crianças derramam alguma coisa no meio da sala, são reclamadas e postas de castigo. Uma amiga minha, quando vê o meu filho sujar todo o chão com aquele kit de pintura a dedo [que sai facinho facinho com um pano molhado] fala logo: "ainda bem que você tem paciência, se fosse eu...". Aí o se o Rei pede água, fica brincando com a água na boca e derrama no chão, em cima da tinta, "Pronto. Agora é que eu fico alegre. Nem preciso mais molhar o pano, porque ele já jogou água lá..."
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Não que o meu filho seja uma criança sem limites. Ele guarda os brinquedos depois de usá-los, pede "por favor", "com licença" e diz "obrigado", nas horas certinhas. Não mexe nos objetos sem antes nos pedir autorização. Mesmo que outra pessoa diga que ele pode mexer, ele espera a autorização minha ou do pai. Desde que ele nasceu, tento sempre estabelecer rotinas com horários do banho, do sono e da alimentação dele, mas não sou encanada com isso. No dia que não dá, paciência. Quero mais é curtir meu baby, ser feliz e fazer dele a criança mais feliz, mais amada e mais educada do mundo.
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2 comentários:

Danileide disse...

Interessante que essa é a atitude que espero de você.
Você se descobriu uma mãe exemplar, maravilhosa. O Rei tem sorte.
Eu já sabia de tudo isso. Quanto ao seu lema, desde que me ensinou, também vivo melhor:
"Por tudo o que o meu dinheiro pode comprar e a minha água pode lavar, não vale a pena eu me estressar".
Amo vocês.
Beijinhos

Cate Fernades disse...

Val...estou aprendendo direitinho! Vou seguir o exemplo! bjokas!