quarta-feira, 7 de outubro de 2009

More Than Words

Sempre achei lindo o jeito "criança" de falar. A forma como esses seres pequenos descobrem as palavras, ouvem e reproduzem ao seu modo é o que me encanta. Por exemplo: tenho um primo chamado Renato. Não me pergunte o porquê, mas a irmã dele quando aprendeu a falar, o chamava de "Dacun". E a gente esperava o Rei aprender a falar para ver como ele chamaria Renato e eis que, na primeira vez que se referiu ao primo, ele disse "Nenato". Fala sério! Eu, que sempre achei fofo a troca maluca de palavras, pari um menino que fala normal.

Outro primo sempre chamou "feijão" de "bebenha". Arthur fala "fézão". Não é igual a feijão, mas é muito próximo. "Água" pra ele é "ávua", mas antes, quando pedia para beber água falava "quero bêá". "Maionese" é "manoese". E quando ele fala errado, o pai corrige. Eu reclamo com o pai, dizendo "Ah, amor, deixa ele falar errado. É tão bonitinho. No tempo certo ele aprende". Mas o papai não deixa, diz que o tempo certo de aprender é quando a gente ensinar. Certo, então! Só tem uma palavrinha ou outra que escapa ao controle "linguístico" do pequeno e "manivela" é uma delas. Ele canta: "... E o maquinista puxando a nobidela. Piuíííí". Fofo de mãe!


Formar frases completas é também uma característica do meu pequeno. As frases ditas por ele sempre foram muito bem construídas (sem corujice), tanto que, por vezes, chega a me impressionar. Ontem pela manhã, durante a Operação Escola, enquanto ele via o Tom e Jerry, falei:

- Filho, vamos escovar os dentes?

E ele, apontando o dedinho indicador para a televisão falou:

- Ainda nô acabô o desenho. Quando acabar, a gente escova. Espera um pouco, mamãe!


Nãããão. Ele não tem 18 anos! E eu quero meu bebê de volta!

Falando um pouco sério agora: acho que ele fala assim, sem mudar muito as palavras, pelo fato de que eu e o maridón, além das pessoas que convivem com o pequeno, sempre optarmos por falar corretamente com ele. Não mostramos o "au-au" pra ele. Falamos que é o cachorro. A "pepêta" é chupeta mesmo. Leite nunca foi "gagau" e Gatinho nunca foi "miau". Antes de ter um filho, li sobre isso em algum lugar e decidi, naquele momento, agir assim. Mesmo achando bonito as criancinhas (de 1 a 3 anos) falarem errado, acho horrível quando eles passam do ponto e viram crianças melosas. Prevenir é melhor que remediar!

3 comentários:

Avassaladora disse...

Ai, eu ando doida pro meu queridinho falar alguma coisa sequer, porque até agora não saiu NADA!!! Estou até ficando aflita, mas o pediatra disse que é normal... Ele entende tudo e responde à todos os comandos, mas não fala, não repete nada...

Daniella PSF disse...

primeiro que tenho que dizer, que é verdade, O rei fala tuuuudo direitinho... é impressionante...
segundo que sempre achei igual a você, acho que temos que ensinar o certo e eles decidem como falar....

Lia disse...

É, tem que ensinar certo mesmo. Eu tive de aprender que maçã não era "nanana" depois de muitas tentativas da minha tia de me dar uma banana, que eu arremessava repetidas vezes no chão. Até que eu apontei pra maçã e ela entendeu.