domingo, 11 de outubro de 2009

O Pequeno Fugitivo

Ultimamente, como já falei aqui, o Rei quando emburra, diz que vai embora. E sai mesmo. Tentamos o extremo, dizendo que ele podia ir. Deixamos ele sair e fechamos o portão. E ele anda muito, tipo umas seis casas e depois volta. É claro que a gente ficava olhando do portão, preparados para agir, caso necessário. Pensávamos que esse seria o melhor método. Hoje, descobrimos que não é. Subestimamos a capacidade do nosso filhote.

Foi assim. Estávamos, eu, o pequeno e a vovó, no quarto desta última. O papai e o vovô estavam na sala. Por um motivo bobo, um bombom que a vovó foi dar a ele e partiu em dois pedaços, ele se chateou, jogou a bala no chão e saiu do quarto, sem falar nada. Passou pela cozinha, sem que os dois que estavam na sala pudessem ver, e saiu. O portão, que ele já sabe abrir, estava entreaberto. Pouco tempo depois chegou uma mulher com ele nos braços. Disse que ele já estava na outra rua, atrás da nossa (que não é muito longe, visto que minha mãe mora quase na esquina e de uma esquina a outra, pela calçada, são pouco menos que cem metros) e que um homem meio embriago pegou ele nos braços. Ela viu, e tomou o menino dos braços dele. Perguntou quem era o pai dele e ele falou o nome do avô, mas avisou logo: "não quero vovó não". A mulher, creio eu, reconheceu-o e veio trazê-lo aqui. Detalhe: estava chovendo.

Gente, fiquei gelada. Briguei, reclamei. Ele pediu desculpas à avó, disse que não ia mais fazer (como ele sempre fala), mas até agora estou passada. Eu e minha mãe nos confiamos que ele estava com o pai e o avô, e vice-versa. Fico imaginando se tivéssemos dado pela falta dele e saíssemos procurando-o pela casa, sem encontrar, qual seria o tamanho do nosso desespero. Tudo isso aconteceu em 5 minutos, mas foi o suficiente para despertar nossa atenção para o pior e para redobrarmos o cuidado com ele. Portão agora, só na chave. E quando ele sair "emburrado", temos que ir atrás.

Minha mãe disse que essas coisas "pequenas" acontecem para que a gente fique em alerta, evintando o pior. Fica a dica: nunca subestime a 'personalidade' de uma criança. De hoje em diante, quando ele disse que vai embora, vai é direto para o castigo. Vai saber que quem manda nele sou eu e eu decido a hora e o lugar para onde ele deve ir. Num tô dizendo mesmo...

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