domingo, 19 de julho de 2009

Clube do Bolinha

São tantas coisas que esse guri faz, durante o dia, que dá vontade de vir correndo e contar aqui. Eu ficava me controlando para não escrever tanto e encher o saco de quem lê. Depois, percebi que o objetivo do blog, além de deixar os tios e parentes acompanharem o crescimento do Rei, era o de "registrar para recordar". Até imagino a gente - eu e o papai - velhinhos, lendo As Peripécias do Rei e rindo muito. Se a gente já faz isso agora, imagina na nossa aposentadoria...

Então, vou escrever. Somente escrever. Sem me importar em quantas postagens diárias farei. Tentem acompanhar. Veja sempre a postagem anterior, pra ver se já foi lida. Desculpem a enchurrada, mas essa fase passa rápido e eu não quero esquecer dela nunca...

Então...

Hoje, assim que acordou, o Rei ficou no cercadinho [ainda não compramos a caminha dele] quietinho. Olhava para mim e para o papai na cama [fingindo que estávamos dormindo] e via os olhos da gente fechados e dormia novamente. Fez isso duas vezes. Como eu havia levantado mais cedo e feito o leite dele e deixado na janela porque ele não quis tomar naquela hora, ele pegou o leite e bebeu sozinho.

Depois, ficou fazendo força como se estivesse tentando sair do cercadinho. Na verdade, era mais para chamar nossa atenção... Abri os olhos [porque acordada eu já estava] e sorri pra ele. Ele virou as mãozinhas pra cima e disse:

- Ai, quero sair. Eu nao "consego"...

O papai também sorriu e baixou a lateral do cercadinho para que ele descesse sozinho. Enquanto descia, o Rei disse:

- Tomei o leite todinho, papai! Vamos brincar de carro no "carto"!

O quarto do Rei parece mais o "Clube do Bolinha". Eu só entro para limpar. Para brincar, só se o papai não estiver em casa. Daí que o papai me chamou para contar mais uma das peripécias [a gente é assim, o que um não presencia, o outro conta logo]:

- Mamãe, você montou a estrada do trem?

[É, quando o assunto é relativo ao Rei, ele me chama assim, de mamãe. Vá entender...].
Com minha resposta negativa, ele me chamou para ver a estrada que o Rei havia montado. Quando abri a porta do quarto, o Rei falou ligeiro, num sorriso mais "sem-vergonha-do-mundo":

- Vá embora mainha. Vá embora logo! "Pecha" a porta!

Nesse instante, o papai começou a contar uma história para o Rei, só que cantando e tocando no violão, em ritmo de música mesmo. O Rei não gostou muito e disse:

- Não canta, papai, não canta! Só falando...

Entendi que aquele não era mesmo o meu lugar. Respeitei e saí. Deixei o pai passar vergonha sozinho...

Nenhum comentário: