O Blog Pelos Cotovelos e Cotovelinhos propôs uma blogagem coletiva de incentivo à leitura e o Peripécias não podia ficar de fora por razões óbvias: a gente só deseja e ensina o bem aos nossos filhos e não vejo melhor forma de desenvolvimento da mente que não seja a leitura. A postagem está saindo agora, quase no final da semana, mas antes tarde...
Meus pais sempre nos incentivaram a ler (a mim e a meus irmãos). Com seis anos, ganhei a minha primeira assinatura dos gibis da Turma da Mônica. E não parei mais. Lembro de uma coleção que ganhei, quatro livros grandes, com duas histórias cada um. Duas delas nunca esqueci: As três Rosas Vermelhas e outra sobre um menino pobre que desejava ganhar uma lancha Tibiriçá. Eu devia ter uns seis/sete anos. E sei da influência dos meus pais sobre o meu gosto pela leitura e da importância que ela teve em minha vida, seja pela escolha na hora de fazer um curso superior, ou dois, no meu caso (não foi à toa que fiz faculdade de Letras e depois, de Jornalismo), seja pelo gosto pela Língua Portuguesa, suas regras, sua forma, sua escrita correta (e prezar por um texto bem escrito, sem erros).
Quanto ao meu filho, demorei um pouco para começar a despertar o gosto dele pela leitura. Sempre utilizei de recursos audio-visuais, deixando os textos e as gravuras um pouco de lado. Até que minha mãe (ela novamente) chamou minha atenção para isso, dando uma coleção de livrinhos para o Rei, quando ele tinha apenas 9 meses. Apostei que ele não ia gostar, que não ia despertar o interesse dele. Paguei a língua. O guri andava com os livros pra cima e pra baixo e, desde que aprendeu a falar, até os dias de hoje, a frase que ele mais fala é :"Conta uma histólia pá mim".
Desde então, os livros foram tomando conta da vidinha do meu bebê, que tem maior interesse por aqueles que reproduzem nas páginas o que ele vê na televisão. Comprei o livro "Procurando Nemo" pra ele, entre outros. E as pessoas amigas foram presenteando-o também com livros, além da vovó Naza, a Tia Leuza e o "Tilomar". Hoje em dia, ele prefere uma boa história contada por nós a um filminho na tv. E, ainda por cima, conta história pra gente ou para si mesmo, ao "ler" os livros, sozinho, em seu quarto.
Um problema que percebo, pelo menos aqui onde moro, são os preços dos livros infantis: absurdos, além da falta de opção de livros para bebês e crianças de 0 a 3 anos (moro no interior do Nordeste). Quando vejo promoções compro aos montes, pricipalmente os que ele pode pintar também. A Escolinha do Rei também incentiva a leitura. Desde o maternal, as crianças participam da Roda de Leitura, trazendo toda quinta-feira um livrinho diferente, devolvendo-o na segunda-feira. Já perdi a conta de quantos livros li com ele, por causa dessa Roda. Acho louvável essa atitude da escola, que ainda faz com que o pequeno aprenda a cuidar bem do livro e a chamá-lo de amigo.
Sei que os pais educam pelo exemplo, e por isso sei que tenho sido omissa em relação à leitura e ao exemplo que quero deixar para o meu filho. Como bem disse a Mari, como poderei cobrar dele que pare de usar o computador, na adolescência, se ele só me vê fazendo isso? Já li muito, principalmente porque quando ele nasceu eu ainda estava cursando a faculdade, o que exigia muita leitura. E durante a licença-maternidade, que passei na casa de minha mãe, quando ele dormia eu lia. Não tinha muitas obrigações, a não ser com o pequeno. Depois, relaxei. Aliás, fiquei sem tempo mesmo. A rotina absorve a gente de tal forma, que quando damos conta, o tempo passou. Preciso me policiar. Tenho vários livros acumulados, esperando por mim.
Acho até que vou ali, ler um agorinha mesmo. Ou, ao menos, começar.
A EDUCAÇÃO VEM PELO EXEMPLO!
CHILDREN SEE, CHILDREN DO!
Um comentário:
Tive a coleção mencionada por você e sempre quis saber o nome para tentar reencontra-la; por favor, diga-me o título se souber. Lembro dos contos a que se refere: do menino pobre que desejava ter a lancha "Tibiriça", brinquedo que via na vitrine de uma loja; "As três rosas vermelhas" contava a história de uma moça rica criada como cigana. Havia ainda a história da menina Ludmila que tinha bonecos falantes; a história de Márcia, que convenceu a Morte a não levar sua avó, com a qual morava; e o conto sobre Tatiana, uma menina má que maltratava Sheila, sua irmã adotiva.
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