Arthur nunca foi uma criança egoísta. Assim, demais não. Era um pouquinho, às vezes. Deixava os coleguinhas brincarem com seus brinquedos sem qualquer problema. Mas agora o egoísmo tem se acentuado na personalidade dele. Já andei lendo por aí, e vi que é natural. É mais uma fase que eles precisam passar. Na verdade, acho que mais uma fase para nós, pais. Para que tenhamos a oportunidade de ensinar aos nossos filhos como agir no futuro.
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Continuemos... Daí que hoje o primo Mateus apareceu por aqui comendo batata fritas. Deve ter dado uma ao meu pequeno, mas eu não vi. Um tempo depois que ele foi embora, Arthur veio pedindo batatas. O avô foi com ele comprar. Natural, achei.
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O Pequeno comeu quase meio pacote e veio pedir água. Enquanto ele bebia água, perguntei se podia pegar uma. Ele consentiu. Mas eu exagerei. Peguei mais que uma, peguei várias. Ele não gostou. Pediu todas de volta. Todas. Me deixou sem nada, até aquela "uma" que ele havia permitido, voltou atrás e tomou também.
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Eu falei:
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- Filho, deixa só uma para a mamãe. Só uma.
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Ele respondeu:
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- Não mããããeee. Ela é muito salgada. Não pode.
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E não quis acordo. Pegou todas as batatas de volta e saiu em direção à sala. No meio do caminho, ele voltou. Achei que tivesse se arrependido, porque ele estirou os dedinhos para mim e me ofereceu um pedacinho de nada de batata. Pedacinho mesmo. Do tamanho de um feijão. E falou:
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- Toma mãe. Come.
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Eu comi, claro. Fiquei pensando que se não aceitasse poderia ensiná-lo a ser orgulhoso, etc. etc. etc. Foi quando ele disse:
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- Num falei que era salgada? Não pode. Só "quiança".
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E saiu, comendo as batatas salgadinhas e gostosinhas. Fiquei só com a água. Na boca.
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