terça-feira, 12 de julho de 2011

O Ponderador

Arthur está melhorando. É fato. Ele atende mais quando a gente fala, está mais conformado e esquece rápido uma raiva. O "proglema" (como ele diz) é que ele rebate tudo que a gente fala. Sempre que reclamamos, ele vem com um "é, mas você..." e questiona tudo, TUDO, que ouve. Às vezes, no afã da 'discussão' essa mania dele nos irrita ainda mais, aí aumentamos o timbre da voz e tudo vira uma loucura generalizada. O pai dele, que já serviu o exército por muitos anos, diz que lá no quartel quando um soldado agia assim, rebatendo todas as ordens, questionando, comentando, eles chamavam-no de Ponderador e isso era motivo para punições. Não é admissível que um soldado seja insubordinado, ingerenciável.

E com os filhos? Como fazer? São traços da personalidade dele se manifestando. Entretanto, se não agirmos certo agora, ele vai se tornar um adulto chato, questionador, difícil de se socializar, de aceitar ordens de superiores. Sabe aquele chato do seu trabalho, que questiona tudo, critica tudo? Então. Só de visualizar meu pequeno assim, dá medo. Mas o que seria "agir certo"?

No nosso caso, ordeno que ele cale a boca, que não fale mais nenhuma palavra depois de mim. Às vezes ele atende, mas sempre vem um choro copioso seguido de várias frases. É! Ele chora falando.

- Mas você não me entende!
- Era isso que eu estava tentando dizer pra você!
- Você nunca me entende!
- Você não me escuta!

E por aí vão os questionamentos, as "ponderações". Acho que as mães deveriam ter consultas semanais com Psicólogos. Eu iria às consultas de caderninho na mão!

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