quinta-feira, 6 de agosto de 2009

"Amamentar: Um Ato de Amor"



Ainda estamos na Semana Mundial de Aleitamento Materno, já falei sobre isso aqui, mas nunca é demais falar sobre esse tema.
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O meu Rei mamou até os onze meses de idade. Nos quatro primeiros meses, praticamente à livre demanda. Ele decidia os horários. Não tive rachaduras nos seios, graças a Deus, ou qualquer outro problema, mesmo não tendo seguido às dicas que recebi de tratar previamente com pomadas ou banho de sol nos mamilos. Mas a primeira semana foi uma prova de fogo para mim. Pensei em desistir de amamentar, pedi a minha mãe para dar leite em pó para ele. Ela não deu e insistiu para que eu amamentasse, mesmo com dores fortes porque, segundo ela, eu a agradeceria por isso mais tarde, principalmente quando os dentinhos dele estivessem nascendo e ele não aceitasse outro alimento. Realmente foi o que aconteceu. Durante essa semana, enquanto o Rei mamava eu chorava. Eu sentia dores imensas, pra compensar a dor que não senti por não ter entrado em trabalho de parto.

Agradeço a minha mãe pela insistência. Foi uma semana difícil, mas que ficou só na lembrança. Meu bebê sempre foi magrinho mas, enquanto mamava, nunca esteve abaixo do peso. Quando os dentinhos vieram e ele não queria comer, era o meu leite que amenizava a fome e o abuso. Ele mamou até 11 meses, mas aos 3 meses já tive que complementar a alimentação dele com o NAN AR primeiro, porque ele teve sérios problemas de refluxo e, segundo, porque eu ia voltar ao trabalho e à faculdade.

Não tive muitas orientações profissionais sobre a importância do aleitamento materno. A pediatra dele assim que detectou o problema de refluxo, receitou o NAN AR e o encaminhou para um cirurgião-pediatra. Minha mãe, mais uma vez, não me deixou levá-lo ao cirurgião. Disse-me que iam fazer uma espécie de endoscopia nele e eu temi o sofrimento. Começamos a controlar a quantidade do leite materno: deixava-o mamar dez minutos e parava para que ele arrotasse. Depois, mais dez, esperava arrotar. E ficamos nesse ritmo por vários meses.

O NAN AR foi importante sim, mas só quando voltei a trabalhar e não podia vir em casa amamentá-lo. A fórmula que coagula no estômago o impedia de regurgitar e me deixava mais tranquila enquanto meus seios enchiam e vazavam no trabalho. Senti falta de um local no trabalho que fosse limpo e adequado para que eu pudesse retirar o leite nesses momentos e mandar para casa, para que dessem ao meu bebê. Então, ele passou a mamar às 7, quando eu ia para o trabalho, às 14, quando eu passava em casa rapidinho, antes de ir para a faculdade e às 17, quando eu chegava em casa. À noite, era ele quem decidia seus horários.

Cheguei a ter medo do momento em que eu teria que "desmamá-lo", porque sempre achei feio - desculpem-me, quem faz - aqueles meninos grandes, já andando e mamando. Mas com o Rei aconteceu naturalmente. Quando ele completou onze meses, eu oferecia o peito e ele dava um sorrisinho safado, com quem dizia que ia morder. E mordia mesmo. Sempre que eu oferecia, era uma mordida que recebia. Mas eu nunca negava quando ele pedia, mesmo sabendo que viria uma mordida. Mas não teve jeito. Parei de oferecer, ele parou de procurar e assim a gente deixou de se amamentar mutuamente, porque, nesse caso de amor total, quem sai ganhando é a mãe, pode ter certeza.

Amamentar é fundamental!

MAS, se por algum motivo alheio à sua vontade, é claro, você não conseguiu amamentar seu filho, não se sinta menos mãe por isso. Conheço uma pessoa que tem o bico do seio invertido - eu nunca tinha ouvido falar disso - e ela sempre sofria quando as pessoas perguntavam se o bebê mamava. Ela se sentia culpada e chegou a ter depressão por causa dos comentários. Por outro lado, conheço pessoas que nem pariram e - de tanto amor que sentem pelos filhos adotivos - chegam a esquecer desse minúsculo detalhe. Tal qual a amamentação, ser mãe também é um ato de amor.
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Meu pequeno relato também foi publicado no Aprendiz de Mãe. Confira aqui.

Um comentário:

Adriana Stock disse...

Lindo o texto que vc escreveu para o seu filho!